tuas mãos cruzam o ar
eu quieto, só esperando a reação do mundo
afinal os gestos que te habitam
movimentam o universo à tua volta
e me condenam ao silêncio obsequioso
essas tuas coreografias, conheço todas
há anos as observo e estudo
desde sutis inclinações das mãos
até gestos largos e teatrais
que você nunca economiza
e não são poucos, esses gestos
às vezes temo que você vá explodir
enquanto eles se enfileiram e empurram
querendo sair de teu corpo
todos juntos, ao mesmo tempo, agora